por Tiago Ribeiro
11/08/2022; Foto: Divulgação(A Última Floresta)
Ocorreu na noite desta quarta feira(10/08) a cerimônia de premiação do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Em sua 21º edição, a estatueta Grande Otelo para Melhor Longa Metragem de Ficção foi para Marighella, estreia na direção do ator Wagner Moura, que acumulou mais 7 prêmios na noite realizada na Cidade das Artes Bibi Ferreira, no Rio de Janeiro.
Ao longo de toda a cerimônia houve clamor coletivo pela renovação política em face das eleições presidenciais que se aproximam. Não faltaram menções aos tempos difíceis vividos pela indústria cinematográfica e pelo cenário cultural como um todo na atual gestão política. Desde o primeiro dia do governo de Jair Bolsonaro, quando foi extinto o Ministério da Cultura, a área vem sofrendo agressões sistemáticas, que sente a falta de financiamento e de valorização por parte dos órgãos estatais.
A diretora da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, Renata Almeida Magalhães, fez um discurso que ressoa os tempos difíceis enfrentados também na desleal concorrência com a indústria cinematográfica estadunidense, que Renata afirmou ser mais forte e influente que a própria indústria bélica dos EUA.
Além de levar o último prêmio da noite, Marighella também venceu nas categorias de Melhor Ator, com Seu Jorge, Melhor Fotografia, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Primeira Direção. O prêmio de Melhor Roteiro Original foi para Deserto Particular, co-escrito por Aly Muritiba e Henrique dos Santos. Dira Paes venceu Melhor Atriz por Veneza, e Zeze Motta levou o prêmio Grande Otelo de Melhor Atriz Coadjuvante por sua performance em Doutor Gama.
Destaque também para A Última Floresta, dirigido por Luiz Bolognesi, vencedor de Melhor Longa Metragem Documentário, filme co-roteirizado por Davi Kopenawa, que esteve presente na cerimônia. Relatando uma das conversas que teve com o xamã, Bolognesi falou sobre a visão de Kopenawa sobre esse meio artístico: "Cinema é um sonho que todo mundo sonha junto".
Confira abaixo a relação completa dos vencedores:
MELHOR LONGA-METRAGEM FICÇÃO: Marighella, de Wagner Moura
MELHOR LONGA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO: A Última Floresta, de Luiz Bolognesi
MELHOR FILME – JÚRI POPULAR: O Auto da Boa Mentira, de José Eduardo Belmonte
MELHOR DIREÇÃO: Daniel Filho, por O Silêncio da Chuva
MELHOR PRIMEIRA DIREÇÃO DE LONGA-METRAGEM: Wagner Moura, por Marighella
MELHOR ATOR: Seu Jorge, por Marighella
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Rodrigo Santoro, por 7 Prisioneiros
MELHOR ATRIZ: Dira Paes, por Veneza
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Zezé Motta, por Doutor Gama
MELHOR FILME INTERNACIONAL: Nomadland, de Cloe Zhao
MELHOR FILME IBERO-AMERICANO: Ema, de Pablo Larraín
MELHOR LONGA-METRAGEM COMÉDIA: Depois a Louca Sou Eu, de Julia Rezende
MENÇÃO HONROSA – LONGA-METRAGEM ANIMAÇÃO: Bob Cuspe - Nós Não Gostamos de Gente, de Cesar Cabral
MELHOR LONGA-METRAGEM INFANTIL: Turma da Mônica - Lições, de Daniel Rezende
MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO: Yaõkwa, Imagem e Memória, de Rita Carelli e Vincent Carelli
MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO: Mitos Indígena sem Travessia, de Julia Vellutini e Wesley Rodrigues.
MELHOR CURTA-METRAGEM DE FICÇÃO: Ato, de Bárbara Paz.
MELHOR MONTAGEM FICÇÃO: Karen Harley, EDT por Piedade
MELHOR MONTAGEM DOCUMENTÁRIO: Ricardo Farias, por A Última Floresta
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Henrique dos Santos e Aly Muritiba, por Deserto Particular
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: Felipe Braga e Wagner Moura, por Marighella
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA: Adrian Eijido, por Marighella
MELHOR EFEITO VISUAL: Pedro de Lima Marques, por Contos do Amanhã
MELHOR SOM: George Saldanha, ABC, Alessandro Laroca, Eduardo Virmond Lima e Renan Deodato, por Marighella
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE: Frederico Pinto, ABC por Marighella
MELHOR MAQUIAGEM: Martín Macías Trujillo, por Veneza
MELHOR FIGURINO: Verônica Julian, por Marighella
MELHOR SÉRIE BRASILEIRA DOCUMENTÁRIO, DE PRODUÇÃO INDEPENDENTE – TV PAGA/OTT: Transamzônica - Uma Estrada Para o Passado - 1ª Temporada, direção geral de Jorge Bodanzky
MELHOR SÉRIE BRASILEIRA ANIMAÇÃO, DE PRODUÇÃO INDEPENDENTE – TV PAGA/OTT: Angeli The Killer - 2ª Temporada, direção geral de Cesar Cabral
MELHOR SÉRIE BRASILEIRA FICÇAO, DE PRODUÇÃO INDEPENDENTE – TV ABERTA: Sob Pressão - 4ª Temporada, direção geral de Andrucha Waddington
MELHOR SÉRIE BRASILEIRA FICÇÃO, DE PRODUÇÃO INDEPENDENTE – TV PAGA/OTT: DOM - 1ª Temporada, direção geral de Breno Silveira
MELHOR TRILHA SONORA: André Abujamra e Márcio Nigro, por Bob Cuspe - Nós não Gostamos de Gente
Editor, Redator e Repórter
Tiago Ribeiro é graduado em Cinema pela PUC-Rio. É editor, redator e repórter do Biombo Escuro desde 2021. Seus interesses pessoais são teoria cinematográfica, desenho de som e animes.