O Biombo Escuro inicia hoje sua cobertura da 17ª edição da Cineop, a mostra de cinema de Ouro Preto. O foco do festival, criado em 2006, sempre foi a memória, a história e as possibilidades educativas do cinema. O festival é híbrido, ocorrendo de forma presencial e online, com programação gratuita.
O tema dessa edição da Cineop no quesito histórico é “Preservar, Transformar, Persistir”, com a programação montada em torno de dar enfoque à produção cinematográfica de povos indígenas. Contemplando o enfoque da mostra em educação, o tema é “Cinema e Educações: Diálogos”, que busca pensar na interconexão entre a educação e a produção audiovisual diante de diferentes povos. O enfoque da parte de preservação da mostra é “Memória Audiovisual Brasileira: Resistência e Resiliência do Tempo”, que busca evidenciar a falta de mobilização de legislações publicas em torno de cuidar da história de nossas imagens, um problema recorrente ao longo de toda a história moderna de nosso país.
Tendo em vista o contexto atual, a Cineop toma uma proporção diferente, tendo em vista a urgência de debater o cinema como janela para a memória. Tanto como produtor de documentos e de perspectivas como de métodos de ensino, o cinema é maior quando seu passado mantém-se vivo e sua produção diversa, vindo dos mais variados locais e culturas. Exibir tantos filmes produzidos pelos povos originários é um grande passo em direção a trazer luz sobre a cultura de um povo que foi criminosamente apagada.
Traremos textos e postagens sobre filmes e variados eventos que irão acontecer nos próximos dias. A mostra de Ouro Preto começou na última quarta (22) e vai até o dia 27 de junho. A programação está disponível no link:https://cineop.com.br/programacao/
Tiago Ribeiro é estudante de Cinema da PUC-Rio, editor, redator e repórter do Biombo Escuro desde 2021. Seus interesses pessoais são teoria cinematográfica, desenho de som e animes.
